terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Como nós jogamos basquete na Sérvia


            Eu só ligava para cavalos.

            Eu sempre amei basquete, mas quando eu era pequeno  até quando eu tinha 13 e 14 anos  eu estava indo pra corridas de cavalos. Eu nem treinava muito basquete. Eu ia pra está-bulos, só pra ser o garoto de lá. Essa era minha vida. Eu corria (com cavalos). Não profissionalmente, mas como amador. Eu até fiquei em quarto lugar uma vez. Era um bom hobby.

            Eu realmente comecei a jogar e treinar basquete apenas no meu último ano morando na minha cidade natal, Sombor. Lá é bom. Podem pesquisar no Google. É no norte da Sérvia. Eu descobri que eu poderia viver de basquete. Podia ser meu trabalho e amor ao mesmo tempo. Eu sabia que eu poderia ser bom   eu não sabia se iria jogar pra NBA. Mas talvez na Europa.


            Crescendo, eu assistia as seleções, porque quando você é um garoto na Sérvia, era isso o seu objetivo. Eu não acompanhava muito a NBA, porque na Sérvia, os jogos passavam as 3 ou 4 da madrugada. Quando o Youtube foi lançado quando eu tinha 15 anos, eu assitia ao Magic por causa de seus passes, o Hakeem por causa dos seus post moves, e o Michael Jordan porque ele é o Michael Jordan.

            Quando eu era criança, eu asssistia meus irmãos. Eles também jogam basquete. Nós tinhamos umas quadras perto da nossa cidade natal. Quando eles iam jogar nessas quadras, eu os assistia com minha chupeta. Eu sou uma mistura dos dois. Um é talentoso, e o outro é muito forte. Eu sou um pouco talentoso, e um pouco forte.

            Nosso apartamento era muito pequeno. Tínhamos dois quartos: cozinha e banheiro. Era minha mãe, pai, meus dois irmãos, minha vó e eu. A casa sempre estava cheia. Meus irmãos   na verdade primos, mas na Sérvia os chamamos de irmãos  também vinham de vez ou outra. A casa sempre estava cheia de gente, e nós sempre fazíamos bagunça. Nós éramos malucos. Nós fazíamos muito barulho.


            Nós até tínhamos nossa própria mini tabela de basquete no apartamento, e meus irmãos jogavam comigo quando eu era pequeno. O vizinho de baixo sempre reclamava que fazíamos muito barulho.
            Quando eu comecei a jogar, eu estava muito gordo, e ainda não muito alto. Eu era pivô, mas eu também jogava de armador. Eu driblava por toda quadra. Eu jogava pra me divertir, sabe? Mas quando eu fiz 16 anos, eu senti que eu realmente poderia jogar. E esse foi o ano que eu fui da pequena cidade de Sombor para Novi Sad, uma cidade grande.
            Na Sérvia, você jogava para um clube e ia para o colégio, eles são separados. Não é como nos Estados Unidos, onde você jogava pelo time do colégio. Mas, todo ano, todas as escolas da Sérvia tem um grande torneio de basquete. Eu joguei pela minha escola em Novi Sad, e nós ganhamos o torneio.
            Nos meus dois primeiros jogos na liga maior, a júnior, eu joguei muito bem. O KK Mega Basket ( clube de basquete da capital da Sérvia, Belgrade) me viu, me ligou e ficou em contato nessa meia temporada. Depois, na próxima meia temporada, eu fui para o Mega.

            A Europa e a NBA jogam dois basquetes completamente diferentes. Quando você vê o placar na Europa, normalmente está tipo 58-50. E foi um bom jogo. Mas aqui nos Estados Unidos os jogos tem 100 ou 120 pontos. Na Europa, eles se esforçam muito na defesa. Se um time faz 80 pontos, o problema foi da defesa.
            Nós só queremos defender bem. No ataque você tem a liberdade de atacar se livre. Todos podem chutar. Se tiver 20 segundos no relógio, você pode chutar se livre. Nosso técnico queria que nós defendessemos, e depois correr,correr,corrrer. Mas... nós não defendíamos tão bem. A gente era muito talentoso, e podia pontuar, mas não defender tão bem.
            Ano passado, nós estávamos nas finais da Copa Nacional contra o Zvezda. Na Europa, especialmente na Sérvia, os torcedores são malucos, especialmente contra o Zvezda ou o Partizan. Esses são os maiores times com uma grande história na Sérvia. Os jogos entre si são considerados dérbis. Eu joguei em Oakland, San Antonio, Oklahoma City, e Utah. O Utah Jazz tem uma ótima vantagem em casa. Mas na europa, tem mais paixão. Acho que é a vida dos europes, ser um torcedor daquele time.
Contra o Zvezda, todo o ginásio estava contra a gente. Você está no túnel, e ouve o “dum, dum, dum” dos tambores e é muito intenso. O ginásio estava cheio de névoa, torcedores gritando,e  apoiando durante todo o jogo.

Era muito doido, já que éramos o time mais novo. Eles não nos conhecíamos. Todos estavam vaiando, e eu estava tipo “Vocês nem conhecem a gente! Aposto que nenhum de vocês conhece todos os 12 jogadores na quadra.”

Eu errei o arremesso da vitória. Naquele momento eu estava pensando “ Caramba! Eu errei o arremesso para o troféu! Seria a primeira vez na história do clube!” Eu estava meio triste, mas eu não pensei mais naquilo depois daquela noite.
Eu acertarei o próximo arremesso.

            Todo jovem jogador Europeu, como uma tradição, tem que jogar primeiro dois anos na Euroleague, e depois ir pra NBA. Mas eu não ligava para a NBA em princípio. Na segunda parte da minha última temporada, nós tínhamos alguns contatos com os Nuggets. Eu pensei que talvez eu conseguisse, já que sou novo. Eu poderia me desenvolver como um jogador da NBA, não como um jogador Europeu.

Na verdade, eu estava dormindo quando o Nuggets me draftou.
            Meu irmão preparou uma pequena festa até com champagne, e ele me ligou pra me contar. Eu atendi o telefone, mas eu não estava realmente ouvindo nada. Eu só falei pra ele, “ Por favor, cara, eu tô dormindo”. Então desliguei. Por isso só ouvi na manhã seguinte.
            Eu não achava que seria grande coisa. Eu pensava, eles me escolheram, eu fico um ano a mais na Europa. Eu não achava que ia direto pra NBA.
            O Barcelona, um dos melhores times da Europa, veio me assistir, e eu joguei a minha pior partida. Eu acho que fiz 4 pontos, e isso talvez tenha sido um sinal que a Europa não era pra mim. No final da temporada, o Nuggets me ligou, e falaram que me queria no seu time.

            Repentinamente, tudo ficou diferente. Tudo.
Os vestiários, treinos, academia, as pessoas. Nós tinhamos uns 10 técnicos. O estilo de jogo envolvia correr muito. Especialmente para os pivôs, se você conseguir ser rápido, você vai ser bom na NBA.

            A melhor parte é viajar. Com o Mega, nós íamos de ônibus, durava umas 10 horas. O que não é bom pra alguém que é grande como eu. Agora só viajamos de avião.

            Até o jogo é diferente. Na Europa temos 4 quartos, 10 minutos cada. Aqui, 4 quartos de 12 minutos. Basicamente tem um quarto a mais aqui.


            Uma coisa que não mudou, pra mim, é a paixão.

            Vocês viram algumas vezes que alguns jogadores me puxam ou seguram minha perna. Eu amo esse tipo de jogada no basquete. Isso é como jogamos na Sérvia. Ano passado, eu converti uma and-one, e comecei a gritar, animado. E o cara simplesmente me empurrou, e eu cai e dei uma cambalhota. Meus companheiros começaram brigar por mim. Isso que eu quero continuar a fazer. Não brigar, mas sim continuar com a paixão pelo jogo. Eu não quero que o basquete seja só minha profissão. Eu quero manter essa paixão.
PHOTOGRAPH BY JOE MURPHY/NBAE VIA GETTY IMAGES
            É melhor que corrida de cavalos.


CONTRIBUTOR

Espero que tenham gostado, quem traduziu foi o @JohnWallBr (Twitter). Link para a carta original aqui.

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quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Como Nós Jogamos Basquete na Polônia

CENTER / WASHINGTON WIZARDS

Eu estava em Nova Jersey, não muito longe da cidade de Nova York. Eu só sabia disso. Eu normalmente não sou quieto, mas estava naquele dia, em pé no canto de uma sala de conferência de um hotel perto de uma mesa com café e muffins.

Kevin Durant passou por mim. Depois Greg Oden passou por mim. Eu sabia quem eles eram, mas apenas através da televisão. Alguns jogadores que eu reconheci da EuroBasket também estavam de pé e conversando, mas eu não era um grande amigo de nenhum deles. Então eu fiquei olhando para os meus sapatos esperando tudo começar.

Para um cara de 23 anos da Polônia, o programa de transição dos calouros da NBA era um pouco mais que intimidante.

Era junho de 2007, logo depois de eu assinar com o Orlando Magic, e eu estava presente no primeiro dia do programa em Nova Jersey, cercado de dezenas de faces que eu reconhecia mas ninguém que eu realmente conhecia. Era como um acampamento de verão esquisito.

Um jogador, não me recordo o seu nome, vem até mim e me encara.

“Ei, grandão, você foi escolhido em qual posição?” ele pergunta.

“Cinquenta e sete”, eu digo orgulhosamente.

Ele começa a rir um pouco pra si mesmo.

“Cinquenta e sete? Você vai sair da NBA em dois anos.”

“Veremos” Eu respondi.

 

Eu nem tinha tocado em uma bola de basquete até os 17 anos, quase 18. Eu pensava que futebol era meu futuro, como toda criança atlética da Polônia.

Eu fiz alguns eventos de atletismo também, como arremessar peso, salto em altura, e corridas de 100 e 400 metros, mas eu amava futebol. Como era rápido e alto, acabei me tornando naturalmente um goleiro.

Mas mesmo não jogando, o basquete sempre me fascinava.

Todo dia que chegava em casa do treino de futebol, eu ligaria a TV e um jogo de basquete estava passando. Eu amava assistir o Dejan Bodiroga, um famoso jogador Sérvio que era simplesmente espetacular. Ele ganhou medalhas e campeonatos em toda a Europa. Ver ele destruir na Europa provavelmente foi o que iniciou a minha vontade em jogar basquete em primeiro lugar. Eu também amava a NBA, mas pra mim, Bodiroga era o cara.

Um dia, eu cortei caminho pela quadra de basquete do meu colégio indo para o treino de futebol. Deixei minhas coisas no chão e peguei uma bola largada. Eu queria ver se eu poderia ser que nem o Bodiroga. Foi aí que os meus companheiros de time me viram.

“Marcin, o que você está fazendo? Você é o goleiro.”

Eles estavam rindo.

“Sim, cara. Vai pro gol.”

 

Eu joguei a bola no aro. Meu primeiro arremesso. Não acertei, mas foi perto.

“Essa é a rede errada, Marcin”, falou um de meus companheiros.

Eles ainda estavam rindo.

Mas era muito tarde. A bola sentiu muito bem saindo da ponta de meus dedos. Eu estava apaixonado.

“Que se ferre tudo isso,” eu disse a eles. “Eu quero jogar um pouco de basquete.”

 

O estado do basquete na Polônia atualmente é ... bem, não está muito bem.

Entendam, na Polônia nós não temos quatro ou cinco jogadores indo pra NBA por ano como a França e a Espanha. Eu sou o quarto polonês da história a chegar a NBA, e dado o estado do programa do time nacional polonês, provavelmente não terá outro em um bom tempo.

Isso é porque nós não temos um programa pra realmente ensinar as crianças. Eu faço o melhor pra ajudar, acampamento de basquete para os menores e uma iniciativa que manda jogadores promissores para os EUA para jogar em campeonatos amadores. Mas ainda vai demorar alguns anos para o primeiro grupo completar o programa.

Não era sempre assim. Nós éramos melhores. A Polônia amava basquete. Nas décadas de 60 e 70 nosso time jogava em quase todos Jogos Olímpicos, e éramos competitivos. Mas desde 1984, quando nasci, a Polônia não se qualifica a uma edição dos Jogos.

Tinha até tempos que jogos da NBA eram televisionados na Polônia. Depois de assistir Michael Jordan, Grant Hill e Shaq, crianças queriam começar a jogar basquete de rua. Mas quando o basquete saiu da televisão pública por causa de algo chamado o Ato de Transmissão de 1992, tudo começou a desmoronar.

 

Era 2001. Eu avisei a meu técnico de futebol que eu iria largar o esporte pra jogar basquete, e ele achou que eu era maluco.

“Está falando sério? Você não pode fazer isso quando tem quase 18 anos! É muito tarde! Você tá jogando sua carreira futebolística fora!”

“Eu sei, professor. Mas eu só quero tentar. Eu tenho que ver o que é possível de ser feito.”

Ele ficou surpreso, mas disse que a porta estaria sempre aberta para mim se eu decidisse voltar a jogar futebol.

Dois dias depois, fui a meu primeira treino de basquete. Nunca mais joguei no gol.

Os técnicos de basquete ficaram muito felizes quando eu apareci no primeiro dia. Já que tinha sido um goleiro, eu fazia um bom trabalho com as mãos e os pés. Minha altura também ajudava, é claro. Mesmo que eu ainda tinha muito o que aprender sobre o jogo, eles estavam vendidos. E eu também.

 

Antes que eu percebesse, já estava jogando profissionalmente pelo ŁKS Łódź, o time local. Isso foi insano, jogar no time do mesmo bairro em que cresci. Naquele mesmo ano eu comecei a jogar com o time juniores da Polônia. Que doidera. Logo um ano depois que comecei a jogar basquete, eu já estava no Sistema do time nacional.

Foi aí que percebi que o programa polonês de basquete estava desmoronando.

Em primeiro lugar, foram contratados alguns técnicos que não encaixavam no programa. O país começou a perder muitos jogos também, e não tinha disciplina alguma. Era uma bagunça. Por causa disso, a federação começou a perder muitos patrocinadores. A gente não tinha dinheiro para coisas que outras seleções tinham. Invés de treinarmos em instalações deportivas com boas condições, praticávamos nos piores ginásios. Invés de ficarmos em belos hotéis 5 estrelas, dormíamos em lugares sujos, e caindo aos pedaços.

Depois de um ano com o Łódź, meus técnicos fizeram algo que realmente me surpreendeu. Mesmo sabendo que seria pior para o time, eles me encorajaram a sair da Polônia para continuar jogando basquete. Eles disseram que seria melhor para a minha carreira se eu fosse para algum lugar onde eu realmente pudesse aprender e trabalhar com um bom programa. A imagem de Dejan Bodiroga, a lenda da Sérvia, não saia da minha cabeça, Tinha uma razão porque o basquete deste país era tão bom na década de 90.

Mas não tinha olheiros assistindo meus jogos no Łódź. E isso começaria a mudar, graças a Vince Carter.

Em 2003 eu viajei até a França com o time sub-20 da Polônia para participar em um torneio. Foi aí que participei do meu primeiro concurso de enterradas.

Na primeira tentativa, eu fiz uma enterrada pelo meio das pernas. Nada demais

Na minha segunda, eu queria me mostrar, então eu imitei o Vince Carter e enterrei com todo meu braço dentro da cesta fazendo que eu estivesse segurando o aro com meu cotovelo.

Eu não tinha conhecido o Vince pessoalmente, claro, mas até crianças polonesas sabiam de suas enterradas.

Aquele enterrada venceu o torneio para mim.

Logo depois, RheinEnergie Cologne, um time profissional alemão, queria assinar comigo – 18 meses depois de eu ter pego uma bola de basquete pela primeira vez.

 

Mesmo não jogando muito no meu primeiro ano, eu ainda chamei a atenção de olheiros. Algumas pessoas perto de mim falaram para eu entrar para o draft de 2005, então eu fui.

Eu não tinha ideia de como o draft da NBA funcionava. Meu agente explicou que tinham 30 escolhas no primeiro round, e também me disse que eu não tinha nenhuma chance ali. Depois disso tinham mais 30 escolhas no segundo round, e ele estavam confiante que eu seria escolhido logo no começo da segunda rodada.

A primeira rodada se passou, e eu não fui escolhido. Depois começou a segunda rodada, e ainda nada. Quando as escolhas estavam chegando na casa de 40, meu nome ainda não tinha sido chamado. Naquele ponto, meu agente explicou que talvez fosse melhor não ser draftado já que ninguém teria meus direitos. Parecia que eu estaria retornando pra Alemanha.

Faltando quatro escolhas para o fim do draft, eu ouvi meu nome. Quando o Suns me escolheu com a escolha No.57 eu não ligava sobre direitos (mesmo que o Phoenix Suns tenha me trocado para o Magic após 10 minutos). Eu estava em êxtase. Eu tinha acabado de ser draftado para jogar na NBA, e isso era o mais importante.

Eu não conseguia esperar até chegar a Orlando, eu achava que estava no topo, que ia para o plantel logo de cara e ter uma boa e longa carreira.

Até que eu conheci Brian Hill.

 

Eu odiava tanto o Brian Hill.

Agora, Hill é locutor para o Magic, mas em 2005 ele era o técnico, e eu realmente achava que ele não gostava de mim.

Eu joguei na Summer League pela primeira vez em 2005, e depois disso, ele falou que eu tinha que voltar para a Europa. Eu estava desapontado.

Na próxima temporada, eu tinha certeza que iria para o plantel. Eu tive um ótimo ano na Alemanha, e fui muito bem na Summer League. Mas novamente, Brian Hill me cortou do elenco.

Eu estava devastado. Eu achava que eu nunca teria uma chance na NBA.

Eu nunca tinha realmente falhado em algo na minha vida antes, e eu estava com medo que isso seria a primeira coisa. Eu tava com medo de falhar – voltar para a Polônia e estando tipo, Ah, meu Deus. O que eu faço da minha vida agora?

Eu adoro ir para o ginásio durante a off-season para treinar. Eu sou um escravo ao ginásio. Mesmo agora, enquanto todos estão festejando, em festas na piscina, festas em iates e indo para Vegas, Miami, Bahamas ou qualquer outra coisa, eu me orgulho de suar todos os dias na academia. Além do mais, você consegue me imaginar em uma daquelas boates em Vegas? Por favor.

Depois de outro ótimo ano na Alemanha (uma temporada em que pela primeira vez na história do clube participamos da EuroLeague) eu voltei para a Summer League da NBA determinado a ir bem. Eu também gastei minhas férias tentando adicionar ao meu jogo assistindo alguns dos grandes jogadores a jogarem nas posições 4 e 5 – Kevin Garnett e como ele se comunicava, e Tim Duncan e sua defesa perto do aro.

 

Isso também foi quando Stan Van Gundy assumiu como técnico.

Logo após disso, eu estava no elenco.

Brian e eu estamos tranquilos atualmente. Alguns anos atrás eu o contei o quanto o odiava por me deixar fora do time. Eu achei que ele ia ser defensivo, mas ele me surpreendeu. Ele me disse que o jogador que eu sou agora é completamente diferente do que foi mandado de volta a Europa.

            Ele estava certo. Obviamente não pensava dessa maneira, mas o Brian Hill me fez um favor nesses dois primeiros anos. Ele me forçou a melhorar todos os aspectos do meu jogo, a ficar mais forte, e cobrar muito mais de mim mesmo. Mesmo que eu acreditava em mim mesmo, eu ainda tinha que esperar o momento certo – o meu momento.

            Três anos depois depois de pegar em uma bola de basquete pela primeira vez, eu fui selecionado. Dois anos após isso, eu cheguei a NBA. Dois anos depois, eu cheguei as finais da NBA. Recentemente alguém me contou que a única outra Quinquagésima-sétima escolha a durar mais de 10 anos na liga foi Manu Ginobili. Nada mal.

            Algumas vezes, eu penso naquela sala de conferência de um hotel em Nova Jersey em 2007, e todos os jogadores que foram selecionados antes de mim. Muitos deles tiveram carreiras magníficas. Outros jogaram apenas algumas temporadas antes de desaparecer da liga. Acho que do que tenho mais orgulho é de como melhorei ano após ano por uma década. Quando você pega uma bola pela primeira vez com 17 anos, tem muito o que se aprender.

            De vez em quando penso naquele cara que veio até mim no primeiro dia do programa de transição de calouros, perto da mesa com café e muffins. De uma maneira estranha, por duvidar de mim, ele me ajudou a me inspirar. Eu gostaria de contá-lo isso, mas eu não tenho certeza do que aconteceu com ele.

           

 

CONTRIBUTOR

 

Espero que tenham gostado, quem traduziu foi o @JohnWallBr (Twitter). Link para a carta original aqui .

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