Hey é o Tim.
Normalmente eu não falo direto com a mídia, ou escrevo
coisas publicamente. Então eu um pouco fora da minha zona de conforto. Eu não
uso Twitter. Não tenho Facebook. Entrevistas são ok, eu acho, mas eu prefiro
quando elas são curtas.
Mas aqui estou, falando diretamente com você, lhe pedindo um
favor. Eu prometo pra você que eu não estaria pedindo isso se não fosse tão
importante. A comunidade do basquete já me deu muito durante os anos. Mas agora
eu preciso da sua atenção durante alguns minutos.
No momento em que estou escrevendo este texto, as Ilhas
Virgens – lugar onde nasci e cresci – foi severamente danificado pelo furacão
Irma. As pessoas de lá, muitos conhecidos meus, estão sofrendo. Previsões dizem
que outro furacão de categoria 5, furacão Jose, esta chegando. Ninguém sabe
como o lugar vai parecer depois que a chuva passar.
Agora tempo é essencial.
Doarei esta noite $250,000 para os esforços de amenização da
tempestade nas Ilhas Virgens. E ainda mais,
eu prometo doar mais 1 milhão se as suas doações chegarem a este valor. Esta é
a parte que vocês entram: vocês podem entrar aqui para fazer sua doação.
Eu inclui mais informações no final do artigo também.
Eu sei que nem todos vocês podem contribuir, e não tem
problema – porque, muitos de vocês já deram suporte financeiro para as vitimas
do furacão Harvey e para os fogos na Costa Oeste. Mas se você pode doar, eu lhe
prometo isso: Todo dólar doado ira diretamente para os esforços de socorro nas
ilhas. Começando assim que o clima permitir, eu irei fretar um avião com
suprimentos de San Antonio para St. Croix, a maior cidade nas Ilhas Virgens. E
eu já estou ocupado montando uma equipe – alguns das Ilhas Virgens e alguns que
virão de outros lugares – para ajudar nos esforços de socorro.
Nos podemos rezar. Então podemos agir.
Neste momento você – nós – podemos realmente fazer a
diferença.
Pop sempre foi um cara do tipo “fale menos, faça mais”, e eu
sempre admirei isso nele e tentei ter ele como exemplo. Mas Pop também sabe
quando é hora de falar, e nesse espírito eu gostaria de falar para vocês por
que minha casa é tão especial, e por que ela precisa de sua ajuda urgentemente.
Eu ainda vou tentar falar aqui sobre uma lição que eu aprendi com Chef
Boyardee.
Então, o que é mais difícil de entrar na sua cabeça quando
alguém em um lugar distante esta precisando de ajuda financeira depois de um
desastre é... bem, difícil de imaginar como eu posso ajudar. Quer dizer, como exatamente vai ajudar. E eu não acho que
é culpa de alguém por que é difícil de se colocar no lugar de outra pessoa
apenas sabendo o que você vê na TV ou o que você lê nos jornais. É fácil de
imaginar o dinheiro sendo gasto – ou pior, nunca sendo gasto no que deveria.
Mas eu já vivi depois de um furacão. Eu vi sua destruição.
Eu vejo por que ter ajuda – ajuda imediata – é tão vital.
A maior tempestade que já atingiu as Ilhas Virgens foi o
furacão Hugo. Hugo era um categoria 5, assim como Irma. Era 1989 e eu tinha 13
anos. Eu tinha acabado de voltar da escola. As pessoas ainda falar sobre o
Hugo. Alguns até dizem que a ilha nunca voltou ao normal. Isso mostra quão feio
foi o estrago. Eles falam sobre os atrasos nos socorros em dias e semanas
depois do desastre, atraso este causado na maioria por causa do tamanho pequeno
da ilha e pela distancia das cidades grandes.
Hugo atingiu pela noite. A primeira coisa que eu lembro foi
um grande estouro vindo das janelas explodindo para fora da nossa casa. Minha
mãe e irmã correram para o quarto e me guiaram para o outro cômodo. Nós ficamos
o resto da noite sentados num pequeno banheiro, com os olhos abertos. Ninguém
conseguia dormir. Ouvimos mais barulhos de telhados e paredes caindo no chão.
De vez em quando, eu olhava para o meu pai que estava no corredor, olhando o
telhado. Uma das vigas tinha uma rachadura nela, e aquela rachadura ia
crescendo lentamente. Eu acho que meu
pai estava rezando.
Nosso teto não desabou, mas outros não tiveram tanta sorte.
Algumas pessoas morreram e vários ficaram feridos. Aqueles que sobreviveram
acordaram e viram que nossa vizinhança estava destruída. Muitas casas no nosso
quarteirão estavam sem teto ou até sem paredes. Os nossos vizinhos perderam a
casa inteira. Eles ficaram a noite inteira dentro do armário da cozinha. Logo
após eles vieram morar com a gente durante um tempo.
Hugo quebrou nossa economia. Pessoas perderam seus negócios.
O preço dos alimentos subiu demais. Nos 6 meses seguintes, partes da ilha
ficaram sem energia, e a escola foi cancelada por quase 2 meses. Nós tínhamos
que ferver água para beber ou cozinhar. Eu fiquei bom em tomar banho de balde.
Sem eletricidade, nos tínhamos que ser espertos para deixar nossas bebidas e
alimentos frescos. Eu me lembro de amarrar cordas nos galões de leite ou suco
de laranja e então abaixá-los até a cisterna, que coletava água da chuva. A
água era muito mais fria lá embaixo. Eu aprendi a me adaptar, como todo mundo.
De vez em quando, pegávamos um gerador e cada família o
usava por algumas horas. A prioridade eram as luzes e a geladeira. Como eu era criança, queria ver
TV ou jogar vídeo-game. (Eu tinha a Nintendo original, e Zelda tinha acabado de
sair.) Mas nós sabíamos que era preciso focar no necessário, não no que
queríamos.
Olhando para trás, fico impressionado com a calma que meus
pais tiveram nessa situação. Nós conseguimos sobreviver à situação. Nem toda
casa ou trabalho estava a salvo, mas nós fomos sortudos.
Agora que estou mais velho, sei da importância de ter ajuda
rapidamente – e quão facilmente uma pequena ilha pode ser esquecida. Eu não
posso deixar que isso aconteça de novo.
Por isso mencionei Chef Boyardee anteriormente.
Eu vivi daquilo depois do Hugo. Chef Boyardee era o meu
cara. Um centro de distribuição foi montado no nosso bairro, e algumas latas de
Chef Boyardee era uma das nossas únicas refeições. Tang era uma delicia,
também, se eles viessem no último carregamento – nós fervíamos a água para ter
certeza que ela estava limpa, e misturávamos com pó de Tang.
Então essa semana eu estive pensando muito sobre aquelas
latas. Porque elas foram um presente divino. Pareciam mágicas para mim. Alguém
as enviou – não sei quem, ou qual organização, mas alguém tinha enviado. E eu
fiquei tão feliz e grato. Não por que eu as amava – eu provavelmente não comi Chef
Boyardee desde aquela época – mas por que comida era uma necessidade. Fez com
que nós sobrevivêssemos.
Ilhas como a nossa são facilmente esquecidas depois de
tempestades. Nós somos remotos, o que dificulta o transporte de suprimentos,
deixando-os caros, lentos e inadequados. Muitas pessoas não pensam nas Ilhas
Virgens como a casa de alguém, pensam mais como um refugio – apenas quando eu
cresci percebi isso. Eu me lembro dos cruzeiros. Como eles vinham para a ilha.
Grupos de pessoas iam até o centro para ver as lojas. Ficavam nas praias ou
fretavam navios para as ilhas perto da nossa. Era legal ver estes estranhos
querendo visitar minha pequena ilha de refugio. Depois de alguns dias, os
navios iam embora.
Depois de Hugo, os cruzeiros não voltaram durante muito
tempo.
Estou escrevendo isso para pedir a ajuda de vocês, mas
também estou pedindo para que vocês não se esqueçam das ilhas como as Ilhas
Virgens e St. Martin e outras.
As noticias sobre a tempestade podem ter saído das manchetes,
mas nos ainda somos pessoas reais – boas pessoas – que precisam da sua boa
vontade, e nunca iremos esquecer da sua generosidade.
Eu irei doar mais $1
milhão se suas doações financeiras chegarem a este valor. Eu apenas comecei as
coisas com minha contribuição de $250,000.
E se você estiver
interessado em contribuir com bens materiais, teremos um avião saindo de San
Antonio para St. Croix próxima semana que estará carregando todos os
suprimentos e itens doados que nós recebemos. Por favor nos contate o mais rápido possível com o que você irá
doar para que nos tenhamos certeza que o item chegara nas ilhas.
Obrigado, novamente.
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